segunda-feira, 4 de julho de 2011

Paixão


 
 
Fogo na treva de uma noite calma.
Violenta lava que do peito aflora.
Vulcão irrompe da montanha aurora.
Desassossego invade corpo e alma.

Selva truculenta de sentimentos.
Em âmago não há contentamento
Que aplaque vontade de carne e seio
De alguém que aspira ao que lhe é alheio.

Seja temporal no deserto agrura.
Seja o céu, espetáculo e trovão.
Seja mar de desvario e loucura.

Seja rio entre cânion solidão.
Seja caudaloso elixir que cura.
Seja capaz de abrandar a razão.
 
Anderson Lobo
(cantor, compositor e poeta mineiro)

Um comentário:

  1. Luanda (admiradora e apaixonada por Lobo)5 de julho de 2011 às 19:50

    Lobo,
    Seus versos me inspiram muito!
    Incrível sua capacidade de transpor em palavras os sentimentos e tormentos que vivenciamos quando estamos apaixonados!
    É muito bom estar apaixonada!!!!

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